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“Esta é a hora do Brasil”

Actualidade

Dinâmicas do mercado brasileiro discutidas em seminário da ADIT

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Público Imobiliário • Quarta-feira 3 Novembro 2010

Rui Pedro Lopes

“Esta é a hora do Brasil”

Empresários portugueses

do sector da construção

e do imobiliário entendem

que o Brasil

é um bom destino para

a internacionalização

O Brasil é o destino natural para as

empresas portuguesas do sector da

construção e do imobiliário que pretendam

internacionalizar-se. A opinião

foi defendida por alguns dos

profissionais do sector que estiveram

presentes na conferência “As Melhores

Oportunidades de Negócio do Mercado

Imobiliário Brasileiro”, organizada pela

ADIT Brasil, no passado dia 22 de

Outubro.

“Há um conjunto de factores que

colocam hoje o Brasil como um bom

destino de investimento: grandes

oportunidades para crescer em todos

os segmentos, situação política e económica

estável e boa resposta à crise

internacional”, sublinhou Manuel

Leitão, responsável pela Espírito Santo

Property.

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Luís Lima, presidente da APEMIP,

afina pelo mesmo diapasão do seu

colega: “O Brasil é um país cheio de

oportunidades. Quando, há uns anos,

disse aos meus colegas que ia investir,

com a minha empresa, no Brasil, eles

não acreditaram que fosse uma aposta

de sucesso. Mas hoje posso afirmar que

parte da vitalidade da minha empresa

se deve à entrada nesse país”.

Constatando que “o Brasil é mais seguro

do que Angola para investir”, Luís

Lima chama a atenção para o período

“bastante dinâmico” que o país vai viver

nos próximos anos com a organização

do Campeonato do Mundo de Futebol

(2014) e dos Jogos Olímpicos (2016).

“Esta é a hora do Brasil”, realça.

E Luiz Henrique Lessa, Chief

Investment Officer da ADIT Brasil,

confirma esse dinamismo, informando

que estão previstos cerca de 400

mil milhões de euros de investimentos

em infra-estruturas, nomeadamente

para a construção de aeroportos

e de vias de comunicação.

Manuel Leitão não tem dúvidas de

que “há ainda muita coisa por fazer

no Brasil”, notando que comparativamente

com os outros BRIC (Rússia,

Índia e China), o Brasil é “o destino

mais seguro para investir, com um

modelo mais inteligível para os investidores

internacionais”.

O facto de o Brasil ser um país onde

se fala a mesma língua que em

Portugal é destacado por Luís Lima,

que perante isto diz que “é mais fácil

para os portugueses entrarem no

país. É preciso aproveitar essa vantagem”.

O responsável pela Espírito Santo

Property sublinha também a evidência

de que “a procura está no Brasil”,

isto porque “houve um enorme grupo

de pessoas que se tornou consumidor

– cerca de 30 milhões de pessoas,

o número daqueles que saíram

do limiar da pobreza e hoje estão à

procura de uma vida melhor”.

Quanto às melhores cidades para investir,

Luiz Henriques Lessa diz que “as

oportunidades estão por todo o lado”.

Por exemplo, “São Paulo é um bom local

para investir, mas terão de ser grandes

investimentos devido à dimensão do

mercado”.

A chave para o sucesso no Brasil é,

segundo a maioria dos oradores nesta

conferência, encontrar um parceiro local.

Manuel Leitão observa que “as parcerias

são fundamentais, uma vez que

o mercado imobiliário é sobretudo um

mercado de fenómeno local”.

No entanto, Luísa Cravo, gestora de

projectos da APEX Brasil, aconselha os

investidores interessados a “irem até

ao local e aí encontrarem os parceiros

que melhor se adequam às suas pretensões”.

Mas o Brasil tem também alguns problemas,

sobretudo em matéria fiscal e ao

nível da insegurança. “As minhas grandes

preocupações neste país prendem-se

com a questão fiscal, que devido à excessiva

burocracia precisa de ser resolvida,

e com a insegurança, que continua a ser

um problema, apesar de o cenário estar

muito melhor do que há uns anos”, nota

Luís Lima.